08/03/2023

Comunicação como aglutinadora e difusora do conhecimento corporativo

Engenharia 3.0

Uma informação descontextualizada não é nada além de dados isolados. Um conjunto de informações reunidas e coordenadas, contudo, ganha valor e passa a ter a capacidade de se converter em conhecimento. Quando compartilhado e retroalimentado, o conhecimento torna-se inteligência. A diferença entre os quatro estágios – dados, informações, conhecimento e inteligência – está no que os une ou os separa: a comunicação, o fio condutor de qualquer relação social.

Na vida empresarial não é diferente. Empresas, por natureza, são vorazes produtoras e consumidoras de dados, informações e conhecimento, mas que nem sempre alcançam o quarto degrau. Os motivos são muitos, desde as barreiras físicas da distância entre times e projetos, fatores culturais ou apenas a famigerada corrida contra o tempo. O fato é que muita energia – aqui leia-se “inteligência” – termina sendo desperdiçada sem que houvesse qualquer registro para o bem da economia de tempo e recursos empregados numa mesma solução que precisará ser novamente encontrada no projeto vizinho, na semana seguinte. É por isso que programas de retenção e difusão do conhecimento são tão valorosos. Eles são comunicação na veia e talvez nunca sejam monetizados, já que parecem transitar no abstrato campo do intangível.

Aqui no Grupo Novonor podemos afirmar que estamos bem servidos neste quesito. A começar pela vasta literatura deixada por nosso fundador, Norberto Odebrecht, que nos legou uma série de livros que conceituam a nossa cultura empresarial, tão difundida e acreditada entre os integrantes, e que ditou as bases para a formatação de nossos pequenos núcleos empresariais, independentes, porém conectados por “uma base que não muda nunca”.

Há outras iniciativas de grande valor, como o Prêmio Destaque, que já chegou à 32ª edição; o Prêmio para o Desenvolvimento Sustentável, que buscava soluções de fortalecimento ambiental (antes mesmo do ESG virar hit corporativo), dando frutos que foram, de fato, utilizados nos canteiros da construtora OEC e em outros negócios do Grupo, sem falar nas Comunidades de Conhecimento que reúnem especialistas, líderes e integrantes de obras nas variadas disciplinas para discussão de novas soluções e desafios enfrentados, aproximando a empresa do que de mais moderno é discutido em cada segmento. É muito conhecimento reunido ao longo de quase oito décadas, cujos resultados vêm sendo cuidadosamente documentados e compartilhados, continuando disponíveis a quem quiser acessá-los.

Produzir e difundir conhecimento internamente sempre foi um foco estratégico no Grupo. No entanto, faltava um olhar mais atento para fora da nossa bolha. Foi com este objetivo que, em 2022, a OEC lançou o seu programa institucional de inovação, o OEC IN, um novo e aberto hub de conhecimento. Apesar de o tema central não ser exatamente uma novidade na empresa, vide as inúmeras ações inovadoras já implementadas, catalogadas e, muitas vezes, replicadas na companhia e fora dela, a ação contribuiu para que a agenda passasse a permear o dia a dia das lideranças e suas equipes. A iniciativa mira justamente no desafio de organizar o fluxo de informações entre as “dores” da empresa, sejam nas obras ou no ambiente corporativo, e as soluções que podem ser encontradas ou desenvolvidas no ecossistema de inovação. O OEC IN inseriu a construtora na vitrine das startups, abrindo caminho para oferecer terreno (literal e figurativamente) em que estas empresas possam testar suas teses.

Para além de um canal de comunicação, o OEC IN ainda trouxe com ele duas ferramentas que contribuem para que informações de interesse circulem dentro e fora da empresa: uma newsletter e o podcast Conexão OEC. A inovação não ocorre a partir de dados isolados. Ocorre através das trocas entre as pessoas, sendo fundamental cuidar de como as informações são geradas, compartilhadas e entendidas. Uma comunicação eficaz pode ajudar a promover uma cultura de inovação dentro da empresa, incentivando seus integrantes a compartilhar ideias, experimentar novas abordagens e estar abertos a feedbacks construtivos, criando um senso de propriedade e engajamento, produzindo inteligência. Promover uma cultura organizacional voltada à inovação e ao compartilhamento do conhecimento é um passo essencial para que as empresas possam evoluir e se manter competitivas em um mercado cada vez mais complexo e dinâmico, garantindo que estejam alinhadas às necessidades dos seus clientes, aumentando suas chances de desenvolver soluções que realmente os satisfaçam.

 

"A empresa deve estar capacitada a reinventar-se e a regenerar-se, continuamente, por intermédio da criatividade, da inovação e do espírito de equipe."

Norberto Odebrecht (Sobreviver, Crescer e Perpetuar, pág. 22)

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João Paulo Carvalho é jornalista e Gerente de Comunicação na OEC